Apresentação
Este artigo apresenta um resumo didático de quatro metodologias de avaliação de empresa e em quais casos cada uma delas é indicada ou não. A ProLucro sempre tenta empregar as quatro metodologias em suas avaliações, mas nem sempre isso é possível, como veremos agora. A utilização de mais de uma metodologia é comum no mercado, pois aumenta a precisão e segurança do cálculo do valor da empresa. A meta sempre é achar o preço justo para a venda ou compra de uma empresa.
As 4 Metodologias
- Lucratividade simples
- Lucratividade composta
- Fluxo de caixa descontado
- Múltiplos de Ebitda
As duas primeiras metodologias, aprimoradas pela ProLucro, buscam uma racionalização dos métodos mais comuns no mercado transacional de pequenas empresas no Brasil.
Já as outras duas são metodologias de avaliação de empresa clássicas em transações de médias e grandes empresas. Sua limitação no emprego de avaliação de pequenas empresas está no fato de que consideram cenários de longo prazo, mínimo de 5 anos. E prever o futuro para médias e grandes empresas consolidadas é temerário no Brasil e mais ainda no caso de pequenas empresas. A qualidade da gestão, por exemplo, é muito mais importante que o cenário externo.
As 2 Realidades
A ProLucro pode trabalhar ainda em alguns casos com dois cenários:
- Realidade Atual
- Realidade Provável
A Realidade Atual considera apenas a situação atual da empresa, com seus números e resultados.
Já a Realidade Provável é para os casos em que há fortes indícios de que poucas mudanças na gestão e/ou modelo do negócio da empresa que exijam nenhum ou pouco investimento financeiro podem alavancar seu faturamento e resultado operacional. Nessa nova realidade, provável, o valor da empresa alcança um valor maior.
A Realidade Provável é fundamental para calcular um preço justo para empresas em fase de prejuízo operacional ou baixa lucratividade. Pelos métodos clássicos elas seriam subavaliadas.
Metodologia de Avaliação de Empresa 1: Lucratividade Simples
Essa metodologia foca a simples remuneração do capital investido, como em uma aplicação financeira clássica ou a compra de um imóvel para locação.
O que a Metodologia ProLucro faz é racionalizar o cálculo da taxa de remuneração, associando a mesma ao risco da atividade. A ProLucro avalia a atividade e as atuais condições da empresa e determina qual o nível de risco dela. Maior risco, maior taxa de remuneração, e vice e versa. O Lucro Operacional é então dividido pela taxa de risco, calculando a primeira parte do valor da empresa.
A metodologia calcula ainda o que chamamos de Patrimônio Líquido Excedente. Passivos e ativos desnecessários à operação da empresa são destacados e somados ao preço. Eles podem, assim, aumentar ou diminuir o valor calculado na primeira parte.
As limitações desta metodologia de empresa são principalmente:
- Não se aplica a empresas que não estão tendo lucro, pois o valor de compra seria negativo
- Subvaloriza empresas em fase de baixa lucratividade
Metodologia de Avaliação de Empresa 2: Lucratividade Composta
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Essa metodologia aprimora a prática muito comum no mercado de dar valor às pequenas empresas a partir do faturamento e patrimônio líquido. Na prática, soma-se o valor do Patrimônio Líquido ao valor calculado pela multiplicação de um coeficiente sobre o valor do faturamento mensal.
O que a metodologia ProLucro faz é racionalizar o cálculo desse coeficiente. Para isso ela calcula o lucro operacional da empresa e o aplica em uma tabela, que disponibiliza então o coeficiente mais adequado. Esse método evita a subavaliação de empresas em momento de baixa lucratividade.
As limitações desta metodologia de avaliação de empresa são principalmente:
- Pode supervalorizar empresas de baixa lucratividade
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Metodologia de Avaliação de Empresa 3: Fluxo de Caixa Descontado
A base neste caso é a projeção dos resultados econômico-financeiros da empresa a longo prazo, em geral 5 anos. Calcula-se o lucro de todo esse período futuro e transforma-se ele em um valor no dia de hoje, data da compra da empresa. De forma simplificada, este valor descontado é o valor da empresa.
Para esse cálculo, usa-se uma Taxa de Desconto, que se equipara aos juros / remuneração que o investidor deseja receber pelo seu dinheiro ao longo deste período. Essa taxa tende a ser maior quando o risco daquela projeção não se cumprir for maior.
As limitações desta metodologia são principalmente:
- Não se aplica a empresas que não estão tendo lucro, pois o valor de compra seria negativo
- Subvaloriza empresas em fase de baixa lucratividade
- Trabalha com projeções de longo prazo, algo muito temerário no Brasil e em especial no caso de pequenas empresas
Metodologia de Avaliação de Empresa 4: Múltiplos de EBITDA
EBITDA é a sigla de Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Traduzindo: Ganhos Antes de Impostos, Taxas, Depreciação e Amortização. Na prática, é o lucro operacional, caso exista, antes de deduzir os impostos. E antes também de ser utilizado para pagar outras obrigações não operacionais.
Esse é um valor anual. Multiplica-se o mesmo por fatores que quase sempre estão entre 3 e 6. Em tese, ele espelha a capacidade de geração de caixa da empresa. Muito utilizado na avaliação de grandes empresas, é tão ou mais limitado que o Fluxo de Caixa Descontado.
Assim como o FCD, as limitações desta metodologia são principalmente:
- Não se aplica a empresas que não estão tendo lucro, pois o valor de compra seria negativo
- Subvaloriza empresas em fase de baixa lucratividade
- Trabalha com projeções de longo prazo, algo muito temerário no Brasil e em especial no caso de pequenas empresas
- Trabalha com os números antes dos impostos, o que pode gerar fortes distorções em um país com alta carga tributária e pouca flexibilidade no planejamento tributário das pequenas empresas.
Quais são os fatores mais importantes na avaliação?
As diversas metodologias de avaliação de empresa consideram vários fatores, mas os mais importantes são:
- Faturamento
- Lucratividade / Resultado Operacional
- Patrimônio Líquido
- Projeção de Futuro / Tendência de Mercado