Avaliação de Empresas | Valuation | Uma Visão Completa e Prática
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
(VALUATION)
TEXTO COMPLETO
- Flávio Barcellos Guimarães
- Prático em Avaliação de Empresas
- Atuação em mais de 300 casos desde 2015
- www.prolucro.com.br
- Publicação Original: 30/04/2025
- Primeira Atualização: em 15 dias
INTRODUÇÃO
Este texto foi feito para pessoas sem conhecimento no tema, mas com interesse nele, em especial para quem está precisando saber o valor de uma empresa. Mas curiosos e profissionais da área são muito bem-vindos.
E ele foi escrito por quem tem muita experiência prática. O autor já participou de mais de 300 a avaliações.
Se você tem interesse no assunto, prepare-se para ter agora uma visão geral sobre o assunto, prática e teórica. Ao fim da leitura você vai conhecer mais sobre o que é, quem precisa, metodologias, quando contratar, como contratar e quanto custa.
SUMÁRIO EXECUTIVO – RESUMO
1 – O QUE É AVALIAÇÃO DE EMPRESA?
- A avaliação de empresa é a atividade de calcular o valor econômico de uma empresa, seja ela uma indústria, comércio ou serviço.
2 – QUEM PRECISA DE UMA AVALIAÇÃO DE EMPRESA?
- Empresário pensando em vender sua empresa;
- Empresário precisando dessa informação estratégica para embasar seu planejamento estratégico;
- Empresário que foi abordado por um potencial comprador;
- Sócios envolvidos em operação de compra e venda de cotas entre eles;
- Herdeiros em processo de divisão de espólio.
3 – OS FATORES MAIS IMPORTANTES NA AVALIAÇÃO
- Faturamento
- Resultado Operacional / Lucratividade
- Patrimônio Líquido – PL
- Projeção do Futuro / Tendência da Empresa
- O Apetite do Vendedor e o Apetite do Comprador
4 – AS DIVERSAS METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO
- Fluxo de Caixa Descontado (FCD)
- Múltiplos de EBITDA
- Múltiplos de Faturamento
- Avaliação Patrimonial
- Transações Comparáveis
- Diversos Outras Metodologias de Avaliação
5 – AS LIMITAÇÕES DESSAS METODOLOGIAS
- Lista as limitações das metodologias, como prever o futuro e avaliar empresas que estão operando em prejuízo, operando em baixa lucratividade ou possuem distorções patrimoniais
- Prever o futuro
6 – AS METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO EXCLUSIVAS DA PROLUCRO
- Em função dessas limitações, a PROLUCRO desenvolveu primeiro duas metodologias próprias e complementares às tradicionais que se mostram, na nossa experiência, as mais adequadas a avaliação de pequenas e médias empresas:
7 – AS FERRAMENTAS DE CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ADICIONAIS
- Para enfrentar as limitações de todas as metodologias, a PROLUCRO desenvolveu ferramentas que contornam essas limitações.
8 – QUADRO RESUMO DE APLICABILIDADE DAS METODOLOGIAS
- Resumo em formato de quadro da aplicabilidade das principais metodologias.
9 – CONCLUSÃO
- Fala sobre a complexibilidade das metodologias serem aplicadas e chegarem no Preço Justo.
10 – PASSO A PASSO PARA FAZER UMA AVALIAÇÃO
- Sugere um caminho para se fazer uma avaliação de empresa, basicamente como contratar um profissional adequado.
11 – CURRÍCULO DO AUTOR
- Resumo o currículo do autor com o objetivo de comprovar sua grande experiência no assunto.
12 – ARTIGOS PARA APROFUNDAMENTO
- Apresenta links para artigos similares que podem servir para aprofundamento no tema e comparação entre todos eles.
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS | VALUATION
TEXTO COMPLETO
1 – O QUE É AVALIAÇÃO DE EMPRESA?
A avaliação de empresa é a atividade de calcular o valor econômico de uma empresa, seja ela uma indústria, comércio ou serviço.
Além de usar no cálculo valores objetivos, como faturamento, lucratividade, patrimônio líquido e histórico de performance passada, ela envolve outros itens com graus diversos de subjetividade, como pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades, governança, estado tecnológico e projeção de performance futura, dentre outros. E isso ainda pode exigir levar em consideração itens como contexto econômico e político, perspectivas mercadológicas e outros.
Cumpre destacar ainda que os valores efetivamente empregados em operações de compra e venda, quando for o caso, ainda sofrem forte influência do nível de interesse do comprador e vendedor. Isso será abordado especificamente mais à frente.
Tudo isso faz das avaliações algo quase sempre complexo, o que exige a contratação de profissionais especialistas e experientes. Mas até para contratar bem, aprender um pouco sobre o assunto é altamente recomendável.
O desafio de uma avaliação é achar o preço justo. É, assim, uma atividade de extrema responsabilidade.
2 – QUEM PRECISA DE UMA AVALIAÇÃO DE EMPRESA?
Os casos mais comuns de contratação de uma Avaliação de Empresa são:
- Empresário pensando em vender sua empresa;
- Empresário precisando dessa informação estratégica para embasar seu planejamento estratégico;
- Empresário que foi abordado por um potencial comprador;
- Sócios envolvidos em operação de compra e venda de cotas entre eles;
- Herdeiros em processo de divisão de espólio.
2.1. Empresário pensando em vender sua empresa
Essa é a situação mais comum. O empresário começa a pensar em vender a empresa e os motivos para isso são vários:
- Aposentar
- Mudar de vida / mudar de cidade
- Sair de uma sociedade com desgaste entre sócios
- Sair de uma empresa com pouca perspectiva
- Levantar recursos para investir em outro negócio
O primeiro passo é avaliar a empresa. Esse número é fundamental para saber se vale a pena ou não vender naquele momento. E a avaliação é, na prática, uma boa consultoria, que o ajuda a definir seus objetivos. E um deles pode ser preparar a empresa para ser vendida em um futuro próximo.
2.2. Empresário precisando dessa informação estratégica para embasar seu planejamento estratégico
Empresários com visão de futuro, que possuem sempre um plano estratégico em andamento, contratam a avaliação de sua empresa sem estarem necessariamente interessados em vender a mesma. Pelo menos, não em um cenário de curto prazo.
Saber quanto vale seu ativo e como isso é calculado é muito útil na tomada de decisões estratégicas do dia a dia, na identificação de oportunidades de negócio, no início de tratativas com parceiros etc. A avaliação mostra, ainda, a tendência de variação do valor da empresa, sinalizando quando seria a hora ideal de vender.
Também aqui a avaliação é, na prática, uma boa consultoria, que o ajuda a definir seus objetivos.
2.3 – Empresário que foi abordado por um potencial comprador
É outra situação bem comum. Investidores ou concorrentes interessados em comprar uma empresa, normalmente para entrar em um mercado regional, abordam diretamente, ou via prepostos, os proprietários da empresa e pedem um preço para compra.
Diante de uma possibilidade concreta, esses proprietários buscam uma consultoria especializada para saber quanto vale sua empresa e se a venda vale a pena. Essa questão de “valer a pena” é fundamental. Muitas vezes, o dinheiro a ser recebido não é suficiente para gerar uma condição de vida pessoal e financeira melhor.
Em alguns casos a avaliação é contratada pelo comprador, ou pelo menos paga por ele. Em outros casos, cada parte faz uma avaliação independente. E há ainda casos em que o empresário contrata mais de uma avaliação, aumentando sua segurança na operação.
2.4 – Sócios envolvidos em operação de compra e venda de cotas entre eles
O rearranjo societário, em geral com a saída de um ou mais sócios, é outra motivação bem comum. Participação com poucas cotas, interesse em tentar algo diferente, falta de retorno desejado, desentendimentos, todos esses são motivos para alguém querer vender sua parte, em geral feita para os demais sócios. Existe também o interesse de um dos sócios em aumentar sua participação, para poder dedicar-se mais ao negócio.
Aqui também é comum que cada parte contrate uma avaliação de forma independente.
2.5 – Herdeiros em processo de divisão de espólio
Os herdeiros, para fazer uma partilha, precisam do valor de uma empresa que consta do espólio. Isso acontece quando um ou mais dos herdeiros não tem interesse na empresa, ou prefere receber outros bens. Mas, é preciso que o outro herdeiro queira – ou aceite – ficar com todas, ou com mais cotas. Pode ser pedida, ainda, para que a empresa já seja colocada à venda, mesmo ainda em fase de espólio.
DIVISÃO DE HERANÇASINFORMAÇÃO COMPLEMENTAR Tipos de distribuição de cotas da empresa herdada Existem basicamente duas formas de distribuição de cotas de uma empresa ao ser feita uma partilha de uma herança. E elas são: Divisão simples das cotas entre os herdeiros Suponha que o proprietário faleceu, ou resolveu doar em vida suas cotas em uma empresa. E que apenas os filhos sejam os beneficiários. Se são três filhos, divide-se as cotas por três e pronto. Se dois ou quatro, da mesma forma. Nestes casos, não há necessidade de avaliação da empresa, pois as cotas foram distribuídas de forma equânime. E mesmo se a distribuição for diferenciada entre os herdeiros em função de um desejo do proprietário explicitado em testamento, não há necessidade da avaliação. Divisão diferenciada das cotas entre os herdeiros Algumas vezes os herdeiros querem distribuir entre eles cotas diferenciadas ou mesmo alguém ficar sem cotas. Isso é muito comum quando existem outros bens a serem partilhados. Alguns herdeiros podem preferir uns bens no lugar de outros. Aí é necessário avaliar todos os bens que serão divididos de forma diferenciada, e não só as cotas da empresa. Isso permite comparar os valores de imóveis, aplicações, cotas de empresas, joias e qualquer outro item que compõe a herança. A divisão então passa a usar como referência os valores obtidos nas avaliações de todos os itens em questão. Um herdeiro pode “comprar” a parte do outro na empresa utilizando a parte dele em um apartamento ou lote. E os demais sócios podem impedir o herdeiro de entrar na empresa? Da perspectiva da lei civil, os herdeiros possuem direito à posse e ao domínio dos bens do falecido. Porém, no caso da sociedade empresarial, a morte de um dos sócios não implica, necessariamente, no ingresso do herdeiro na sociedade. Se a aprovação dos sócios remanescentes estiver prevista no contrato social, o herdeiro, neste caso, não terá automaticamente o direito de se tornar sócio, mas apenas o eventual crédito de acordo com as cotas herdadas, pois o que se transmite pela herança é a propriedade dessas. O princípio da affectio societatis, que é o que norteia a constituição de sociedades na legislação do direito empresarial, exige o consentimento dos demais sócios em qualquer alteração que seja feita no quadro societário. Isso porque, no caso de uma sociedade, é pressuposto a existência de uma confiança recíproca, que pode não existir no caso do herdeiro. A regra então determina que o ingresso ou não do herdeiro como sócio seja regulado pelo contrato social e pela disposição de vontade entre as partes envolvidas – sócios da empresa. Além da simples admissão pelos demais sócios, existem ainda as opções de o herdeiro receber sua parte de acordo com avaliação e forma de pagamento previstas no contrato social ou continuar apenas com o direito aos lucros da mesma, sem direito de decisão sobre as questões que envolvem sua administração. Enfim, sempre é preciso checar antes o que fala o contrato social em sua cláusula sucessória. E conversar com os demais sócios. |
3 – OS FATORES MAIS IMPORTANTES NA AVALIAÇÃO
Uma avaliação de empresa leva em consideração diversos fatores, mas os mais importantes podem ser resumidos em quatro itens aos quais se soma uma questão extra avaliação, o apetite do vendedor e comprador:
3.1 – Faturamento
Ele determina o porte do negócio. De forma geral podemos dizer que uma empresa que fatura R$ 10 milhões por ano vale mais que uma empresa que fatura R$ 1 milhão por ano. Mas existem casos em que isso não é verdade. Se a empresa que fatura mais tem baixa lucratividade ou dá prejuízo, o patrimônio líquido é negativo e/ou tem uma projeção de futuro ruim, ela pode valer menos que a segunda.
Nível de Desafio – Baixo De todos os dados a serem levantados, na prática esse é o mais fácil atualmente. Mesmo empresas muito desorganizadas recebem a totalidade ou quase a totalidade de suas vendas via boletos, depósitos ou cartões, ou seja, tudo passa pelos bancos. Quando necessário, basta pegar e destrinchar os extratos. Levantar o faturamento com precisão já foi um problema quando o dinheiro ainda era muito utilizado e não registrado corretamente |
3.2 – Resultado Operacional / Lucratividade
O Resultado Operacional que interessa a qualquer empresa é o lucro. E quanto maior em termos absolutos e percentuais, mais contribui para elevar o valor da empresa. Empresas que dão prejuízo podem possuir valor, desde que os demais três itens sejam positivos, ou seja, ela tenha condição de reverter o prejuízo. Um caso clássico é de startups em período de crescimento. Enquanto crescem, dão prejuízo operacional, mas ganham valor econômico. Essa condição particular é tratada em um tópico específico mais adiante deste artigo.
Nível de Desafio – Alto a Muito Alto Aqui a situação é bem mais complexa. Além das receitas, é preciso ter acesso a TODAS as despesas e corretamente classificadas. É preciso ter em mão uma DRE – Demonstração de Resultados de natureza gerencial CONFIÁVEL. Se considerarmos que 15% de Lucro Líquido é um ótimo resultado, não podemos dizer o mesmo de 10%. Isso impacta muito o valor da empresa. Não se trata de uma diferença de 5%, mas de 33% no Resultado Operacional. O Resultado Operacional impacta muito o valor da empresa. Na Metodologia da Lucratividade Simples, por exemplo, a empresa vai valer 33% a menos. E na Metodologia do Fluxo de Caixa Descontado. A DRE Contábil raramente se presta a fornecer esses números com precisão. Vários fatores prejudicam isso, como classificações incorretas, receitas e despesas omitidas, falta de lançamentos, mistura com as finanças dos proprietários e por aí vai. Também prejudica a análise os conceitos contábeis herméticos e utilizar o conceito fato gerador no lugar do conceito caixa. Esse tema tende a ser mais bem explorado em novas atualizações, mas é um assunto bem chato. Em 95% dos casos a PROLUCRO mitiga ou elimina esse risco se dando ao trabalho de pegar todos os lançamentos financeiros dos últimos dois anos, revisar e reclassificar todos eles em um plano de contas simples e objetivo, única forma de conseguir gerar uma DRE confiável. Se isso é importante em médias empresas, em pequenas é essencial. Jamais confie em avalições feitas a partir da DRE e Balanços contábeis. As exceções são poucas. É preciso testar a DRE Contábil até confiar nela. |
3.3 – Patrimônio Líquido – PL
O Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor dos Ativos (equipamentos, estoque, contas a receber, imóveis, direitos etc.) e dos Passivos (dívidas, financiamentos, contas a pagar, passivo trabalhista etc.). Em alguns casos o Patrimônio Líquido é negativo, o que pode não significar, necessariamente, que a organização não tem valor ou está falida. Muitos negócios possuem poucos ativos, como a maior parte das prestadoras de serviços. Mas, naturalmente, PL positivo eleva o valor da empresa e negativo abaixa.
Nível de Desafio – Médio Se quase nunca é possível confiar na DRE Contábil, no Balanço Patrimonial jamais isso pode acontecer. As metodologias de depreciação e amortização e as não atualizações dos ativos geram grandes distorções. Aqui é preciso inventariar tudo e, no caso de bens, avaliar pelo preço de mercado. Só assim é viável calcular com precisão o Patrimônio Líquido real de uma empresa. A dificuldade de fazer isso não é muita, apenas trabalhosa em alguns casos. |
3.4 – Projeção do Futuro / Tendência da Empresa
É o item mais complexo de responder, pois busca projetar o futuro da empresa, ou pelo menos sua tendência à época da avaliação. A tendência da empresa pode ser de baixa, estabilidade ou de alta. Tendência de alta eleva o valor da empresa. Isso é feito analisando em especial:
- Histórico do faturamento dos últimos cinco anos
- Comportamento da Margem de Contribuição e do Resultado Operacional nos últimos dois ou três anos
- Solidez econômico-financeira (Patrimônio Líquido)
- Perfil da concorrência e seus riscos
- Participação no mercado (share) / espaço de crescimento
- Nível de concentração de clientes
- Análise SWOT / FOFA
- Pontos Fortes
- Pontos Fracos
- Oportunidades
- Ameaças
- Transmissibilidade tecnológica e de gestão
- Substitutibilidade dos sócios
- Elementos específicos do tipo de empresa e mercado
- Itens específicos de cada tipo de empresa / setor
Essa análise propões ao fim uma taxa de risco para a empresa, que é utilizada no cálculo do valor da empresa. Quanto menor a Taxa de Risco, maior o valor da empresa.
Todas essas informações e dados são então empregadas em uma ou mais metodologias de avaliação.
Nível de Desafio – Alto Muitos desses dados em geral são estimados ou carregam alto grau de imprecisão, em especial dois MUITO relevantes: · Participação no mercado (share) / espaço de crescimento Construir esses dados com precisão é um grande desafio. |
3.5 – O Apetite do Vendedor e o Apetite do Comprador
Uma avaliação é uma trilha, não um trilho. O empresário vai ter, na prática, uma faixa de valores para a empresa dele. Quando se usa várias metodologias, elas dão valores diferentes. Quando eles convergem, a média entre esses valores é o valor adotado.
Mas na hora de vender, entram dois aspectos capazes de influenciar muito o preço:
- O apetite do vendedor
- O apetite do comprador
Se o vendedor foi procurado e não pensava em vender sua empresa, isso tende a aumentar o preço dela, ou ele não dar qualquer desconto. Mas se ele está muito interessado em vender, há uma pré-disposição de o preço cair. Ele ter uma oportunidade especial para investir o dinheiro também o leva a aceitar uma proposta mais baixa. Ele recupera na compra o que perdeu na venda.
Isso se aplica da forma inversa ao comprador. Por exemplo, é comum empresas serem vendidas por valor acima do calculado se comprar aquela empresa for muito estratégico para o comprador.
Nível de Desafio – Alto Identificar com clareza o tamanho do apetite da outra parte é um grande desafio. Negociações são feitas sem colocar todas as cartas na mesa quando o assunto é esse. Todo mundo esconde o que puder nesse sentido. Conhecer de verdade o que deseja a outra parte é um grande trunfo na negociação. |
4 – AS DIVERSAS METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO
Ao longo do tempo, várias metodologias de avaliação foram surgindo. Sempre há um especialista propondo um novo jeito de avaliar uma empresa, seja por evolução do mundo dos negócios e sua forma de enxergar o valor de uma empresa, seja por puro e simples aperfeiçoamento.
Assim, dentre as diversas opções, sempre haverá as que se aplicam melhor em cada caso.
A utilização de várias metodologias, sempre que couber, é o processo mais indicado. As metodologias que apresentarem valores com clara distorção são abandonadas, sendo a utilização da média das convergentes uma prática comum.
4.1 – Fluxo de Caixa Descontado (FCD)
Talvez a metodologia mais utilizada, ela projeta o fluxo de caixa da empresa em um período futuro e aplica sobre ele um desconto para trazer esse valor final para o dia de hoje.
O valor previsto para estar acumulado no caixa da empresa ao fim deste período recebe um desconto utilizando uma taxa. Essa taxa é como se fosse o juro que o investidor está exigindo para remunerar seu capital. O valor do saldo do fluxo de caixa ao fim de um dado período descontado da taxa para trazer esse valor para o dia de hoje é o valor da empresa.
Em geral são considerados períodos superiores a 5 anos, mas há quem utilize uma projeção até mesmo por um período perpétuo.
As limitações desta metodologia são principalmente:
- Exige uma DRE muito precisa e confiável;
- Não se aplica a empresas que não estão tendo lucro, pois o valor da empresa seria negativo;
- Subvaloriza empresas em fase de baixa lucratividade;
- Trabalha com projeções de longo prazo, algo muito temerário no Brasil e em especial no caso de pequenas empresas;
- Em geral não considera o patrimônio líquido da empresa, o que pode gerar grandes distorções;
- Deixa no ar, sem explicação, um dado extremamente relevante, a quantidade de anos a ser utilizada no cálculo;
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASDesde que seja uma empresa lucrativa, acima de 10% líquidos, é uma boa metodologia. A recomendação é que seja considerado de forma adicional o Patrimônio Líquido Excedente da empresa, que são os ativos menos os passivos dispensáveis em uma operação de compra e venda. Ou seja, sugere-se uma adaptação da metodologia. |
METODOLOGIAS SIMILARESDividendos Descontados Existe a Metodologia dos Dividendos Descontados, que é uma variação do FDC. Ela usa a expectativa de retirada de dividendos e não do fluxo de caixa. A ela se aplica tudo comentado sobre o FDC. Lucro Residual Calcula o valor da empresa com base no lucro que excede o custo de capital, refletindo a criação de valor além do retorno exigido pelos investidores. Similar ao Fluxo de Caixa Descontado e Dividendos Descontados, com as mesmas limitações. Na realidade, mais complexo de calcular, ou seja, mais impreciso. As duas metodologias são, na prática, desnecessárias, haja vista que FCD cumpre totalmente o papel de avaliar pelo lucro e é amplamente aceito e utilizado pelo mercado. |
4.2 – Múltiplos de EBITDA
EBITDA é a sigla de Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Traduzindo: Ganhos Antes de Impostos, Taxas, Depreciação e Amortização. Na prática, é o lucro operacional, caso exista, antes de deduzir os impostos. E antes também de ser utilizado para pagar outras obrigações juros e amortizações.
Esse é um valor anual. Multiplica-se o mesmo por fatores que constam de tabelas disponibilizadas por algumas instituições, que se baseiam e mesmo apresentam operações realizadas nos últimos anos.
As limitações desta metodologia são principalmente:
- Exige uma DRE muito precisa e confiável;
- Não se aplica a empresas que não estão tendo lucro, pois o valor da empresa seria negativo;
- Subvaloriza empresas em fase de baixa lucratividade;
- Trabalha com projeções de longo prazo, algo muito temerário no Brasil e em especial no caso de pequenas empresas;
- Precisa de referências de mercado, das tabelas de múltiplos praticados nos últimos anos em grandes empresas, o que nem sempre é encontrado;
- Mesmo quando encontradas referências, elas podem levar a grandes distorções entre casos apenas mais aparentemente similares;
- Trabalha com os números antes dos impostos, o que pode gerar fortes distorções em um país com alta carga tributária e pouca flexibilidade no planejamento tributário;
- Em geral não considera o patrimônio líquido da empresa, o que pode gerar grandes distorções.
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASNa prática é utilizada apenas em grandes empresas e de setores com referências sólidas nas tabelas de múltiplos disponíveis no mercado. Considero irrelevante no caso de pequenas e médias empresas. A insistência no seu uso pode levar a graves distorções na avaliação. |
4.3 – Múltiplos de Faturamento
Trata-se de multiplicar o faturamento anual por um fator. Assim como nos Múltiplos de Ebtida, multiplica-se o mesmo por fatores que constam de tabelas disponibilizadas por algumas instituições, que se baseiam e mesmo apresentam operações realizadas nos últimos anos.
As limitações desta metodologia são principalmente:
- Precisa de referências de mercado, das tabelas de múltiplos praticados nos últimos anos em grandes empresas, o que nem sempre é encontrado;
- Mesmo quando encontradas referências, elas podem levar a grandes distorções entre casos apenas mais aparentemente similares;
- Pode supervalorizar empresas que não estão tendo lucro;
- Em geral não considera o patrimônio líquido da empresa, o que pode gerar grandes distorções ao supervalorizar empresas com PL negativo
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASNa prática é utilizada apenas em grandes empresas e de setores com referências sólidas nas tabelas de múltiplos disponíveis no mercado. Considero irrelevante no caso de pequenas e médias empresas. A insistência no seu uso pode levar a graves distorções na avaliação. |
4.4 – Avaliação Patrimonial
Essa metodologia baseia-se no cálculo do Patrimônio Líquido das empresas, podendo isso ser feito utilizando:
- Valor contábil
- Valor gerencial ou de mercado
No caso contábil, utiliza-se o balanço da empresa, que em geral não espelha a realidade da empresa por usar critérios muito diferentes da realidade de mercado. Isso se agrava no caso de pequenas e médias empresas.
Usar os valores de mercado é o mais indicado, ou seja, a empresa atualiza em valores de mercado seus ativos e passivos.
As limitações desta metodologia são principalmente:
- Desconsidera se a empresa dá lucro ou prejuízo;
- Desconsidera sua capacidade de gerar caixa ou distribuir lucros;
- Desconsidera valores intangíveis e as perspectivas da empresa.
Isso torna essa metodologia totalmente não recomendada, seja qual for o porte da empresa. E, de fato, ela não é uma prática do mercado.
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASAinda que tecnicamente aplicável e de forma relativamente fácil, as limitações são tão grandes que não recomendamos para qualquer empresa e de qualquer porte. |
METODOLOGIAS SIMILARESAvaliação por Liquidação Calcula o valor que seria obtido se a empresa fosse liquidada, ou seja, se todos os seus ativos fossem vendidos e as dívidas pagas. Aplicável apenas no caso de empresas insolventes. É uma Avaliação Patrimonial na prática. Custo de Reposição Avalia o custo necessário para reconstruir a empresa do zero, considerando a reposição de seus ativos tangíveis e intangíveis. E com mais limitações técnicas. Uma reconstrução nunca é similar ao que existe. |
4.5 – Transações Comparáveis
Trata-se de identificar no mercado operações de compra e venda de empresas similares e comparar. As limitações desta metodologia são basicamente:
- Identificar transações similares;
- Conseguir acessar os dados da empresa e os valores da transação.
Na prática, inviável. Se conseguir os dados de uma transação similar já seria hercúleo, de mais exemplos é impossível.
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASOperações de grandes empresas, com ações na bolsa, são factíveis de ser obtidas. De pequenas e médias empresas, esqueça. |
METODOLOGIAS SIMILARESAvaliação por Benchmarking Compara a empresa com benchmarks setoriais ou com transações recentes no mercado. É o mesmo que Transações Comparáveis. Impraticável. |
4.6 – Diversos Outras Metodologias de Avaliação
Existem diversas outras metodologias de avaliação de empresas, basta pesquisar na Internet. Mais exemplos:
- Fluxo de Caixa Livre
- Modelo Goodwill
- Equity Cash Flow
- Modelos de Criação de Valor
- Avaliação por Ativos Intangíveis
- Abordagem por Receita ou Lucro Excessivo
- Valor Econômico Adicionado
- Avaliação por Opções Reais
- Avaliação por Segmentos
- Avaliação por Sinergias
São metodologias raramente utilizadas no dia a dia do mercado, estranhas até mesmo a avaliadores experientes. Em novas atualizações esse texto poderá abordá-las para efeitos didáticos.
5 – AS LIMITAÇÕES DESSAS METODOLOGIAS
Na prática, o mercado trabalha com duas metodologias, Fluxo de Caixa Descontado Múltiplos de Ebtida, que possuem grandes limitações:
- Não se aplicam a empresas que estão operando com prejuízo
- Subvalorizam empresas com lucratividade muito baixa
- Se não considerarem valor e características do Patrimônio Líquido, elas podem gerar grandes distorções na avaliação
- Preveem e usam no cálculo os lucros da empresa para muito anos à frente em um mundo que prever o futuro se tornou especulação
Para enfrentar o caso das empresas que estão operando com prejuízo, o mercado trabalha com a Avalição Patrimonial em suas diversas versões, que possuem grandes limitações:
- Desconhecem os valores intangíveis da empresa
- Podem ser de cálculo complexo
Além disso, são comuns casos em que a má gestão da empresa é evidente. São empresas que com poucas mudanças na gestão e operação melhorarão seus resultados com rapidez.
Em resumo, as metodologias mais utilizadas são limitas diante de avaliar empresas que estão:
- Operando em prejuízo
- Operando em baixa lucratividade
- Possuem distorções patrimoniais
A isso se soma o exercício de prever o futuro das empresas.
6 – AS METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO EXCLUSIVAS DA PROLUCRO
Em função dessas limitações, a PROLUCRO desenvolveu primeiro duas metodologias próprias e complementares às tradicionais que se mostram, na nossa experiência, as mais adequadas a avaliação de pequenas e médias empresas:
- Lucratividade Simples
- Lucratividade Composta
Como as duas não se mostraram suficientes para enfrentar todas as limitações, complementou-as e as outras principais com ferramentas de construção de cenários adicionais:
- Realidade Atual x Realidade Provável
- Realidade Atual x Realidade Futura
Essas ferramentas são apresentadas no tópico mais à frente.
6.1 – Metodologia PROLUCRO da Lucratividade Simples
Essa metodologia foca a simples remuneração do capital investido, como em uma aplicação financeira clássica ou a compra de um imóvel para locação. Ou seja, ela simplesmente divide o Lucro Líquido Mensal da empresa por uma taxa de retorno esperada. Essa taxa, por sua vez, está associada ao risco do negócio.
O que a metodologia PROLUCRO faz é racionalizar o cálculo da taxa de remuneração, associando a mesma ao risco da atividade. A ProLucro avalia a atividade e as atuais condições da empresa e determina qual o nível de risco dela. Maior risco, maior taxa de remuneração, e vice e versa.
A metodologia calcula ainda o que chamamos de Patrimônio Líquido Excedente. Passivos e ativos desnecessários à operação da empresa são destacados e somados ao preço. Eles podem, assim, aumentar ou diminuir o valor calculado na primeira parte.
As principais limitações desta metodologia são:
- Não se aplica a empresas que não estão tendo lucro, pois o valor de compra seria negativo.
- Subvaloriza empresas em fase de baixa lucratividade.
Para utilizar essa metodologia nesses dois casos é preciso avaliar se a empresa se encaixa na Realidade Provável, tema abordado mais adiante.
A Taxa de Risco é calculada considerando:
- Histórico do faturamento dos últimos cinco anos
- Comportamento da Margem de Contribuição e do Resultado Operacional nos últimos dois ou três anos
- Solidez econômico-financeira (Patrimônio Líquido)
- Perfil da concorrência e seus riscos
- Participação no mercado (share) / espaço de crescimento
- Nível de concentração de clientes
- Análise SWOT / FOFA
- Pontos Fortes
- Pontos Fracos
- Oportunidades
- Ameaças
- Transmissibilidade tecnológica e de gestão
- Substitutibilidade dos sócios
- Elementos específicos do tipo de empresa e mercado
ExemploSe uma empresa tem um lucro mensal médio de R$ 100.000 e sua Taxa de Risco é de 3%, seu valor é: V = R$ 120 mil / 3% = R$ 4 milhões Se o PL Excedente for R$ 500 mil, a empresa vale R$ 4,5 milhões. A escolha da Taxa de Riso é mais complexa e ficará para futura atualização deste texto. |
Essa metodologia, de certa forma, é um fluxo de caixa descontado. Só que não se arrisca em projeções numéricas futuras de longo prazo. Ele tira uma foto do momento. É comum a convergência das duas metodologias. Só que essa é mais simples de explicar aos sócios e compradores.
6.2 – Metodologia PROLUCRO da Lucratividade Composta
Essa metodologia aprimora a prática muito comum no mercado de dar valor às pequenas e médias empresas a partir do faturamento e patrimônio líquido. Na prática, soma-se o valor do Patrimônio Líquido ao valor calculado pela multiplicação de um coeficiente sobre o valor do faturamento médio mensal.
O que a metodologia ProLucro faz é racionalizar o cálculo desse coeficiente. Para isso ela calcula o lucro operacional da empresa e o aplica em uma tabela, que disponibiliza então o coeficiente mais adequado. Essa tabela foi construída pela experiência da ProLucro.
Esse método evita a subavaliação de empresas em momento de baixa lucratividade. E é a mais adequada para empresas com muito ativos fixos, como as indústrias e empresas de locação de equipamentos.
As principais limitações desta metodologia são:
- Pode não ser suficiente para achar o preço justo em casos de baixa lucratividade ou prejuízo.
- E na outra mão, pode supervalorizar empresas de baixa lucratividade ou prejuízo, mas com bom PL.
ExemplosSe uma empresa tem um faturamento mensal médio é de R$ 1milhão e lucro de R$ 100 mil, seu lucro em percentual é de 10%. Aplicado na tabela acima, a primeira parte do valor: Se o Patrimônio Líquido for de R$ 1 milhão, a empresa vale R$ 4 milhões |
7. AS FERRAMENTAS DE CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ADICIONAIS
Para enfrentar as limitações de todas as metodologias, a PROLUCRO desenvolveu ferramentas que contornam essas limitações.
7.1 – Realidade Atual x Realidade Provável
A ProLucro pode trabalhar ainda em alguns casos com dois cenários:
- Realidade Atual
- Realidade Provável
A Realidade Atual considera apenas a situação atual da empresa, com seus números e resultados.
Já a Realidade Provável é para os casos em que há fortes indícios de que poucas mudanças na gestão e/ou modelo do negócio da empresa que exijam nenhum ou pouco investimento financeiro podem alavancar seu faturamento e resultado operacional. Nessa nova realidade, provável, o valor da empresa alcança um valor maior.
A Realidade Provável é fundamental para calcular um preço justo para empresas em fase de prejuízo operacional ou baixa lucratividade. Pelos métodos clássicos elas seriam subavaliadas.
7.2 – Realidade Atual x Realidade Futura
Em alguns casos é aplicável o que denominamos Realidade Futura. Isso se aplica em empresas com forte potencial de crescimento, em curso ou latente. Permite avaliar a empresa em um ponto futuro, metodologia classicamente utilizada em startups. Com ela é possível melhorar a avaliação atual da empresa, incorporando parte deste valor futuro.
7.3 – Payback Simples
Não se trata de uma avaliação, mas uma checagem. Ele basicamente calcula quantos meses são necessários para o lucro operacional da empresa pagar o valor calculado por cada metodologia empregada.
Ele acha distorções. E serve como uma boa referência. Um bom Payback, por exemplo, é de 40 meses. Mais que 60 meses raramente se mostram vantajosos. Mas cada caso é um caso.
8 – QUADRO RESUMO DE APLICABILIDADE DAS METODOLOGIAS
Metodologia | Aplicabilidade |
Fluxo de Caixa Descontado | Só se aplica em empresas que estão operando com lucro. Pode ser utilizada em casos de operação com prejuízo em que couber o recurso da Realidade Provável. Subvaloriza empresas com baixa lucratividade. Precisa utilizar o recurso do Patrimônio Líquido Excedente para corrigir eventuais distorções. |
Múltiplos de Ebtida | Só se aplica quando existem referências de mercado, o que só ocorre com parte das grandes empresas e nunca com pequenas e médias empresas. |
Múltiplos de Faturamento | Só se aplica quando existem referências de mercado, o que só ocorre com parte das grandes empresas e nunca com pequenas e médias empresas. |
Avaliação Patrimonial | Ela deve ser feita como parte de todas as demais metodologias, o que nem sempre acontece. De forma isolada, serve apenas para empresas que estão tendo prejuízo e sem perspectivas de recuperação. |
Transações Comparáveis | De aplicação prática quase impossível, pois encontrar dados sobre transações de empresas similares em datas próximas exige uma dose de sorte espetacular. |
Lucratividade Simples | Só se aplica em empresas que estão operando com lucro. Pode ser utilizada em casos de operação com prejuízo em que couber o recurso da Realidade Provável. Subvaloriza empresas com baixa lucratividade. Precisa utilizar o recurso do Patrimônio Líquido Excedente para corrigir eventuais distorções. |
Lucratividade Composta | Se aplica em quase qualquer situação. Mais adequada para empresas com grande Patrimônio Líquido relativo. |
9 – CONCLUSÃO
ACHAR O PREÇO JUSTO É O DESAFIO DE UMA AVALIAÇÃO
A quantidade absurda de metodologias de avaliação é a prova da complexidade de se calcular o valor de uma empresa.
Se a parte numérica, teoricamente objetiva, já é complexa, a parte subjetiva ou intangível torna tudo mais desafiador ainda.
Tudo isso faz da avaliação uma ciência não-exata e que oferece faixas de valores e não um único valor preciso, mesmo que se adotar a média entre diversas metodologias.
Destaca-se ainda o que foi abordado anteriormente no caso de operações de compra e venda, o apetite do vendedor e comprador.
Mas se avaliar uma empresa é complexo e às vezes com significativo grau de imprecisão, não avaliar uma empresa usando uma ou mais dessas diversas metodologias é pior ainda.
Nossa experiência é que, na prática, as avaliações bem-feitas e compreensíveis encontram aceitação entre as partes, seja por encontrarem nelas uma aceitação preliminar da faixa de valor, seja por estabelecer uma métrica comum, essencial durante as negociações. Elas deixam de se basear em parâmetros aleatórias e passam a utilizar e propor alterações em parâmetros e números objetivos.
10 – PASSO A PASSO PARA FAZER UMA AVALIAÇÃO
Não tem muito mistério:
- Escolha pelo menos duas boas empresas de avaliação, considerando ao checar o site:
- Tempo de mercado
- Quantidade de avaliações feita
- Quantidade e tipos de metodologias empregadas
- Reputação digital
- Equipe
- Peça orçamento para cada uma e avalie:
- Valor
- Prazo
- Processo
- Equipe que vai por a mão na massa
- Minuta de contrato
- Agende uma sessão online para:
- Ver exemplos
- Tirar dúvidas
- Escolha e contrate a que se mostrou mais adequada ao seu caso e que você sentiu firmeza.
11 – CURRÍCULO DO AUTOR
Flávio Barcellos Guimarães é fundador e proprietário da PROLUCRO Desenvolvimento Empresarial Ltda. desde 1998.
Engenheiro, autodidata, polímata, desenvolveu diversas técnicas próprias para conseguir ser eficiente e eficaz em consultoria para pequenas e médias empresas. Nesses muitos anos alcançou os seguintes números:
- Mais de 1.500 empresas e pessoas físicas atendidas
- Mais de 50 instituições públicas e do terceiro setor atendidas em projetos de desenvolvimento empresarial ou econômico local
- Mais de 300 avaliações de empresa
- Mais de 300 planos de negócio
- Mais de 200 planos estratégicos
- Mais de 500 outros tipos de serviços para empresas
Em 2015 implantou a primeira consultoria online do Brasil com foco em pequenas empresas, quebrando três paradigmas:
- Vender consultoria para pequenas empresas
- Vender sem ser indicado, via Internet
- Prestar consultoria à distância
Destacam-se ainda entre suas criações metodologias próprias de:
- Planos Estratégicos – O Mapa PROLUCRO
- Planos de Negócio – Dezenas de aplicativos em Excel
- Avaliação de Empresas
Desenvolveu ainda dois softwares por assinatura (SaaS) feitos especialmente para pequenas empresas:
- Controle Financeiro
- Precificador / Formador de Preço
12 – ARTIGOS PARA APROFUNDAMENTO
Nesses artigos você pode se aprofundar sobre o tema, notadamente em aspectos teóricos e citações de mais outras dezenas de livros, trabalhos e artigos. Nada, no entanto, prático como esse texto.
Modelos de avaliação de empresas | 2003
Aderbal N. Müller e Admir Roque Teló
https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/467/362
Revisão teórica de modelos de avaliação de empresas | 2005
Jocildo Figueiredo Correia Neto
https://ojs.unifor.br/rca/article/view/313/pdf
Avaliação de empresas: uma abordagem das diversas metodologias | 2007
Fernanda Marques de Almeida Holanda e outros
https://ojs.unifor.br/rca/article/view/263/pdf
Modelos De Avalição De Empresas: Aspectos Teóricos | 2017
Ricardo Dantas LOPES, Franciellen Coutinho GALDINO
https://docs.google.com/viewerng/viewer?url=https://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/admrevista/article/viewFile/2143/1340